o bem e o mal no jardim das delícias

Pego nesta posta da - tenho de te evangelizar - coisas de gaja que diz:

"... existem casais em que os seus corpos falam a mesma linguagem, daí a empatia existente nos preliminares e no acto sexual; o cheiro também nos atrai e difere de pessoa para pessoa; o gosto que o corpo proporciona; o toque da pele; tudo isso nos atrai de forma quase que enigmática, há corpos que encaixem melhor uns nos outros..."



Ora eu, que tenho uma mente brilhante, não tenho nenhuma teoria sobre o assunto.
Mas sei, pela via experimental, que o meu corpo se dá bem com várias línguas e vice-versa; O cheiro? É definitivamente um factor de decisão. O perfume pode ser muito bom mas, chegado à l`origine du monde e o aroma não corresponde à embalagem... a língua, reflexivamente, encarquilha-se toda.
Não há minete para ninguém.



Recordo um em particular. Numa manhã de verão, a relva ainda molhada exalava um perfume que se misturava com o das flores. Tínhamos acabado o pequeno-almoço e brincávamos no jardim. Começamos nas cambalhotas e... eu de queixo no meio das pernas bronzeadas e já luzidiamente preparadas para a exposição solar.
Ela, de barriga para cima com uma das pernas em v por cima das minhas costas e eu, enrolado num toalhão, sentia o fresco da relva no peito. A profusão de aromas era tão excitante e ela estava tão húmida, que poucos minutos foram precisos até... aquele gemido...!
Há coisas que não se esquecem, não há?


O título do post foi inspirado na obra do meu amigo BROSH it, Jerónimo de seu nome, arquitecto de interiores e um homem à frente do seu tempo (diz algures no portfolio que dá beijinhos no umbigo... mas por dentro)